A endometriose em si ainda é uma doença mal compreendida, e a endometriose intestinal pode ser ainda mais confusa.
Ela é uma doença crônica na qual tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero em vários outros órgãos, afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, causando dor e às vezes infertilidade.
A endometriose intestinal, muitas vezes diagnosticada erroneamente como síndrome do intestino irritável (SII), ocorre quando as lesões crescem no peritônio (a membrana que reveste o interior do abdômen e cobre os órgãos abdominais), o reto, os intestinos e outros níveis intestinais mais profundos.
Para explicar quais os sintomas da endometriose intestinal, preparei o artigo abaixo repleto de informações. Siga a leitura e confira!
O que é endometriose intestinal?
Para entender como a endometriose intestinal acontece, primeiro você precisa entender como os órgãos se encaixam em uma pelve humana.
Todos os órgãos da cavidade pélvica – bexiga, cólon, reto e órgãos reprodutivos, como útero, trompas uterinas e ovários – estão muito bem compactados.
Quando alguém tem endometriose, um tecido muito semelhante ao tecido que normalmente reveste o interior do útero cresce fora do útero.
Na maioria das vezes, esse tecido semelhante ao endométrio começa a crescer ao redor dos ovários, das trompas e do tecido que reveste a pelve.
E age exatamente como o tecido endometrial deveria – incha, se decompõe e sangra aproximadamente a cada 28 dias. Mas como o tecido não tem para onde ir, fica preso dentro do corpo e causa cicatrizes e aderências.
A endometriose intestinal acontece quando o tecido semelhante ao endométrio cresce mais profundamente na cavidade pélvica e forma aderências no intestino ou ao redor dele.
É muito improvável que o tecido cresça apenas no intestino, no entanto, a endometriose intestinal é considerada como “endometriose profundamente infiltrativa”.
Isso significa que o tecido invasor cresce não apenas nos órgãos reprodutivos, mas também em outros órgãos da cavidade pélvica.
Quando o tecido cresce no intestino, as aderências agem um pouco como cola e podem prender pedaços do intestino a si mesmo ou a outros órgãos e causar um grande problema de saúde.
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Como a endometriose intestinal pode ser diagnosticada?
O diagnóstico de endometriose intestinal requer uma história cuidadosa e um exame físico completo.
A detecção de nódulo sensível na parte superior da vagina adjacente ao reto deve levantar a suspeita.
As mulheres que têm cistos endometrióticos ovarianos no ultrassom podem ter até 30% de chance de ter endometriose intestinal ao mesmo tempo.
A ultrassonografia pélvica transvaginal profunda em um centro especializado pode ajudar a descobrir nódulos endometrióticos dolorosos infiltrando na parede retal-sigmóide, endometriose ovariana coexistente, endometriose vesical ou aderências.
A colonoscopia, muitas vezes aconselhada para excluir doenças inflamatórias intestinais, pode detectar ulceração da mucosa devido à infiltração de espessura total da endometriose no lúmen intestinal.
Mais frequentemente, no entanto, a colonoscopia é muitas vezes negativa, resultando em falso diagnóstico de síndrome do intestino irritável. Por isso, a laparoscopia continua sendo o padrão ouro para avaliação da endometriose.
Qual o tratamento para a endometriose intestinal?
Antes de mais nada, precisamos lembrar que o anticoncepcional é um hormônio sintético. Embora possa ser eficaz em sua principal proposta, que é evitar a gravidez, seu uso pode trazer riscos à saúde.
Independente da mulher sofrer ou não com a endometriose, o anticoncepcional é uma influência externa ao organismo que mexe com seus hormônios.
Quando a mulher faz uso do anticoncepcional e já tem endometriose pode sofrer com algumas consequências.
As estratégias de controle da endometriose intestinal podem ir além de prescrever medicamentos. Tudo depende do caso, sempre muito particular.
A intervenção nos hábitos de vida pode fazer toda a diferença para inibir a produção de estrogênio.
Manter a alimentação balanceada, complementar com suplementação quando necessário e praticar atividades físicas com regularidade auxilia o organismo a reduzir a inflamação.
Uma dieta rica em frutas, folhas verdes, crucíferas, cúrcuma e ômega-3 é muito benéfica. Assim como evitar alimentos como leite, trigo, centeio e oleaginosas, que são pró-inflamatórios nos casos da endometriose.
A paciente deve ser abordada de maneira global sobre o seu problema, inclusive de acordo com os seus sintomas e levando em consideração o seu estilo de vida.
Após avaliar de forma geral, é importante que o médico prescreva uma solução personalizada ao seu caso.
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Fique atenta aos sinais
Como viu, a endometriose intestinal é uma consequência grave da doença, que afeta o intestino e prejudica ainda mais a qualidade de vida da mulher.
Estar atenta aos sinais, conhecer os sintomas e, principalmente, ter um diagnóstico precoce da doença pode fazer toda a diferença.
Como forma de aliviar os sintomas, mudanças no estilo de vida são sempre aconselhadas, visando redução da dor e do desconforto causado pela inflamação e melhorando a qualidade de vida da mulher.
Por fim, espero que tenham gostado do artigo sobre endometriose intestinal e como reconhecer os sintomas. E para mais dicas e muita informação sobre saúde, siga também meu canal do Youtube!